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Balanço do ano de 2015 – compacto de artigos no Expresso online

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Jorge Nascimento Rodrigues ©,2015
Artigo 1 — Bolsas regressaram ao vermelho, perderam mais de 4% em 2015
01.01.2015

Depois de três anos a registar ganhos, as bolsas mundiais voltaram às quedas. As três grandes regiões e os grupos de mercados emergentes e de fronteira registaram perdas anuais. Mas Milão liderou ganhos nas economias desenvolvidas e as bolsas de Caracas e Shenzhen foram as campeãs de subidas

As bolsas mundiais perderam 4,26% da sua capitalização em 2015, segundo o índice MSCI para todos os países. O índice regressou a terreno negativo depois de três anos a registar subidas, com destaque para o disparo de mais de 20% em 2013. Nenhuma das três grandes “regiões” – Ásia Pacífico, Estados Unidos e Europa – escapou ao vermelho e os dois grupos de mercados emergentes e de fronteira também registaram perdas.
Segundo os índices MSCI, as grandes quedas foram nos mercados fronteira, com um recuo de 17,7%, e nos emergentes com uma perda de 17%. Essas economias continuam a ser as mais afetadas por uma convergência tripla de riscos: o abrandamento da economia chinesa para um patamar abaixo de 7% ao ano, o curso negativo do preço das matérias-primas e o impacto do anúncio e concretização da desativação da política de taxas de juro perto de 0% nos Estados Unidos. O índice para a Europa desceu 5,3% e o similar para a Ásia Pacífico recuou 4,3%. Os Estados Unidos foram a região com menor queda, com o índice MSCI a cair apenas 0,77%.
Dezasseis bolsas importantes de economias desenvolvidas e de mercados emergentes e de fronteira lideraram as quedas. Nas economias desenvolvidas destacaram-se no vermelho Canadá (-10,56%), Taiwan (-10,41%), Hong Kong (-7,16%), Madrid (-7,15%) e o índice Dow Jones (-2,23%) do NYSE em Nova Iorque. Nos BRIC, Brasil e Índia destacaram-se pela negativa, com o índice Ibovespa, de São Paulo, a cair 13,31% e o índice BSE Sensex, de Mumbai, a cair 5,05%. Nos mercados emergentes e de fronteira, os nove mais frágeis foram em 2015: Ucrânia, Grécia, Chipre, Polónia, Arabia Saudita, Turquia, Tailândia, Indonésia e Marrocos. Neste “clube” encontram-se dois periféricos da zona euro e um emergente no leste da União Europeia.

O pior mês de 2015 foi agosto com o contágio da crise bolsista chinesa. Segundo dados da World Federation of Exchanges (WFE) até final de novembro, a capitalização mundial perdeu 5,5 biliões de dólares naquele mês negro. Os dados da WFE abrangem 64 bolsas em todo o mundo, mas não incluem a London Stock Exchange (LSE). A capitalização mundial dos seus associados até final de novembro caiu 4,6% em relação ao final de 2014, segundo a WFE.

A grande alteração na Ásia, com alcance mundial, ocorreu com a descida da bolsa de Hong Kong para a oitava posição mundial e a subida da bolsa de Shenzhen para quinto lugar, segundo dados até final de novembro da WFE (os associados do WFE não incluem o London Stock Exchange).

As 10 bolsas mais importantes do mundo são por ordem decrescente de valor de capitalização bolsista (avaliado em dólares) das entidades associadas do WFE até final de novembro: NYSE (EUA, com uma capitalização superior a 18 biliões de dólares), Nasdaq (EUA, com mais de 7 biliões), Tóquio (Japão, quase 5 biliões), Xangai (China, perto de 4,5 biliões), Shenzhen (China, 3,42 biliões), Euronext (pan-europeia abrangendo Bélgica, França, Holanda, Portugal e Reino Unido, 3,38 biliões), Mumbai (Índia, 3,3 biliões incluindo os BSE e NSE), Hong Kong (3,17 biliões), Frankfurt (Alemanha, 1,7 biliões) e Zurique (Suíça, cerca de 1,5 biliões). O NYSE e o Nasdaq, de Nova Iorque, em conjunto, têm uma capitalização superior a toda a Ásia Pacífico. O London Stock Exchange (LSE) não integra a WFE. Em 2014, o LSE ocupava o sétimo lugar depois do NYSE, Nasdaq, Tóquio, Xangai, Euronext e Hong Kong, cruzando dados do World Bank e da WFE.

Madrid o ponto fraco na zona euro
As bolsas de Atenas, com uma quebra de 23,58%, e de Nicósia, com uma descida de 20,95%, pertencem à zona euro. Grécia e Chipre continuam sob resgate. A bolsa de Madrid, no quadro das principais economias da zona euro, revelou-se o ponto fraco.
Mas, em todos estes mercados, houve os que ganharam, mesmo num quadro global negativo. As maiores subidas verificaram-se na Venezuela, com o índice IBC de Caracas a disparar 278%, na China, com o índice composto de Shenzhen a ganhar cerca de 64%, e na Argentina com o índice Merval de Buenos Aires a subir 36%. Nas economias desenvolvidas, os cinco índices com subidas maiores foram o MIB de Milão (12,66%), Dax de Frankfurt (9,56%), Cac 40 de Paris (9,47%), Nikkei 225 de Tóquio (9,07%) e Nasdaq de Nova Iorque (5,07%). Os BRIC ficaram divididos a meio: Brasil e Índia registaram perdas nas bolsas, enquanto China e Rússia viram os seus principais índices subir.
Apesar de uma viragem da política monetária norte-americana, anunciada com tempo, no sentido do aumento das taxas de juro do banco central em direção a níveis mais próximos do “normal” e da continuação de programas de alívio monetário na Zona Euro, no Japão e no Reino Unido, as bolsas mundiais não escaparam, este ano, ao vermelho. A crise bolsista chinesa em agosto e o desapontamento dos mercados financeiros com o pacote de mais estímulos monetários para a zona euro anunciado em dezembro pela equipa de Mario Draghi no Banco Central Europeu (BCE) deixaram pegadas na trajetória bolsista descendente de 2015.

Euro desvalorizou mais de 5% em relação às divisas dos parceiros
O euro fechou o ano a valer 1,0887 dólares, depois de uma desvalorização de 10,33%. Não chegou ainda à paridade com a nota verde, como muitos analistas esperavam.
Face ao cabaz de divisas dos 19 principais parceiros comerciais da zona euro, a moeda única caiu 5,6% em 2015, segundo a variação da taxa de câmbio nominal diária efetiva publicada pelo BCE. Atingiu a 15 de abril do ano que findou um ponto máximo de desvalorização face às divisas dos parceiros no atual ciclo descendente do euro desde dezembro de 2008.
Os principais mercados emergentes e de fronteira, em que se acentuou a desvalorização face ao dólar, foram seis no ano que findou: peso argentino (quase 52%); real brasileiro (mais de 47%); rand sul-africano (mais de 34%); rublo russo (29,7%); e ringgits malaio (22,8%).
No caso do peso argentino, o governo do novo presidente Mauricio Macri decidiu, a 17 de dezembro, uma desvalorização abrupta de 30% face ao dólar.
Nas economias desenvolvidas, o dólar canadiano desvalorizou-se 19,3% face ao dólar do vizinho do sul.

Quebra dos preços das matérias-primas acentuou-se
Os mercados financeiros ficaram manifestamente marcados este ano pela aceleração da queda dos preços das matérias-primas. O índice global da Bloomberg para as commodities caiu 24,7% em 2015 e acumula uma quebra de 55% desde o pico do ciclo em 22 de abril de 2011. Os dois outros índices de matérias-primas vão na mesma direção. O índice CRB da Reuters perdeu este ano 23,95% e acumula uma queda de 58,5% desde 2011. O índice S&P GSCI recuou 33,44% este ano e acumula uma perda de 69% desde 2011.
No conjunto deste mercado, em 2015, cinco matérias-primas destacaram-se pela negativa registando as maiores quedas de preços: níquel, com uma quebra superior a 40%, óleo de soja, gasolina e as duas variedades de crude (Brent e WTI) com reduções superiores a 29%. Em sentido oposto, subiram os preços de quatro matérias-primas: cacau, açúcar, algodão e arroz em casca.
Contudo, a quebra mais mediática é a do preço do petróleo, com um impacto muito mais marcante nas economias exportadoras que dele dependem umbilicalmente e na evolução da inflação para níveis baixos, próximos de 0%, sobretudo nas economias desenvolvidas. O preço do barril de Brent, a variedade europeia de referência internacional, fechou o ano em 37,61 dólares, registando uma queda de mais de 33% em relação ao final de 2014. O preço do barril WTI, a variedade norte-americana, encerrou o ano em 37,08 dólares, registando uma quebra de quase 30% em relação ao final de 2014.
Em dezembro, os preços do Brent e do WTI chegaram a mínimos de sete anos, no patamar dos 35 e 34 dólares respetivamente. A decisão no início de dezembro por parte do cartel da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em não cortar o teto pficial de produção diária acelerou o processo de descida do preço do ouro negro no quadro de uma perceção generalizada de que o atual excedente na oferta se vai prolongar até “tardiamente em 2016”, segundo a Agência Internacional de Energia.

Artigo 2 — Não há só uma divergência monetária entre os Estados Unidos e a Zona Euro
30.12.2015

O analista Marc Chandler, de Wall Street, diz que há uma divergência geopolítica crescente entre os dois lados do Atlântico Norte em relação à Rússia e à China e que isso trará importantes impactos económicos em 2016

“As trajetórias de política monetária entre a Reserva Federal (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) estão a divergir. É a pedra angular da antecipação de um euro mais fraco no próximo ano. Mas, para além desta divergência de que todos falam, é uma outra, de âmbito geopolítico, que terá uma importância crescente”, refere o analista norte-americano Marc Chandler, responsável pela estratégia nos mercados globais cambiais da Brown Brothers Harriman em Wall Street.
“No coração dessa divergência geopolítica estão perceções assimétricas de ameaças” globais face a dois BRIC, a Rússia e a China. “De um modo simples e cru, os Estados Unidos entendem que advém uma ameaça muito maior das ações da Rússia do que muitos na Europa julgam”, diz Chandler numa nota de fim de ano aos clientes, onde acrescenta o segundo pilar da divergência entre os dois lados do Atlântico Norte: “Os EUA também acham que uma economia dirigida pelo Estado dá à China vantagens injustas que têm de ser bem verificadas”.
A agenda desta divergência geopolítica estende-se ao longo do primeiro semestre do próximo ano. A par de marcos importantes no plano da política monetária, como a reunião do BCE a 10 de março, aquando do primeiro aniversário do lançamento do programa de compra de dívida pública no mercado secundário da zona euro, e a reunião do comité de política monetária da Fed seis dias depois (registando-se uma probabilidade de 60% de que a equipa de Janet Yellen opte por uma segunda subida das taxas de juro), o fosso poderá ampliar-se com as divergências em torno das sanções à Rússia e da atribuição do estatuto de “economia de mercado” à China.

Sanções à Rússia depois de julho
A União Europeia (UE) estendeu as sanções à Rússia até julho, mas “provavelmente o debate deverá ser reaberto no segundo trimestre de 2016”. Os alvos das sanções à Rússia são os bancos, as empresas de energia, o mercado de armas, as transferências de tecnologia e o acesso ao crédito internacional. “Um certo número de países da UE pretende reatar com a Rússia”, refere Chandler, sobretudo depois da alteração da situação na guerra da Síria e ao Estado Islâmico com o envolvimento direto russo.
Quanto à China, a maioria dos europeus está inclinada para que seja concedido pela Organização de Comércio Internacional (OCI) o estatuto de “economia de mercado” à segunda maior economia do mundo. A Comissão Europeia poderá fazer essa recomendação já em fevereiro, a que se seguirá, depois, um processo de aprovação pelos 28 membros e pelo Parlamento Europeu.
Depois de ter conseguido a integração da divisa chinesa no cabaz de moedas que baseia a unidade de conta do Fundo Monetário Internacional a partir de 1 de outubro de 2016, a obtenção daquele estatuto pela OCI é um segundo objetivo geoestratégico de Pequim.

Estatuto de economia de mercado para a China
A designação de “economia de mercado” tornará muito mais difícil aos EUA e à Europa acusar as empresas chinesas de dumping, havendo um conjunto de sectores europeus mais vulneráveis a “um dilúvio de produtos chineses”, refere Chandler.
O Reino Unido é o mais ativo proponente da atribuição daquele estatuto à China. Foi também o primeiro país europeu a integrar o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (conhecido pela sigla AIIB em inglês), face a objeções claras dos EUA. A City londrina pretende ser uma plataforma global financeira de capitais chineses.
Outras importantes economias europeias pretendem assegurar investimento chinês no plano de infraestruturas da Comissão Europeia e muitos outros países esperam aproveitar janelas de oportunidade comerciais na transição da economia chinesa para uma economia de consumo e de inovação.

Artigo 3 — Dívida portuguesa em 2015. Juros a 10 anos ficaram em 2,5%
31.12.2015

Portugal foi terceiro na descida de juros e do prémio de risco entre os periféricos. Espanha registou o pior desempenho. Grécia viu a rentabilidade anual da sua dívida disparar enquanto no resto dos periféricos e da zona euro caiu a pique. BCE gerou mínimos em março e contágio grego provocou máximos do ano

O ano de 2015 correu bem para o desempenho de Portugal no mercado da dívida.
As yields das Obrigações do Tesouro português (OT) no prazo de referência, a 10 anos, desceram, no mercado secundário, de 2,69% no final de 2014 para 2,54% no final de 2015, uma redução de 13 pontos base. Em meados de março chegaram a descer para um mínimo histórico de 1,5% em virtude do efeito imediato do lançamento do programa de compra de dívida pública no mercado secundário pelo Banco Central Europeu (BCE).
A trajetória descendente das yields da dívida portuguesa só foi afetada com maior significado aquando da crise grega no verão. O máximo do ano registou-se a 15 de junho com as yields das OT a 10 anos a subirem para 3,27%, um nível que já não se verificava desde o princípio de novembro de 2014. O chumbo do governo da coligação PàF e a passagem do governo chefiado por António Costa não chegaram a provocar uma subida para os 3% em novembro. O impacto negativo dos resultados das eleições legislativas em Espanha em dezembro também não provocou um contágio que alterasse a trajetória.
O prémio de risco da dívida portuguesa desceu 24 pontos base fixando-se, no final de 2015, em 190,6 pontos base, o equivalente a um diferencial de 1,9 pontos percentuais em relação ao custo de financiamento da dívida alemã. O que não correu bem para quem detém a dívida obrigacionista portuguesa foi a queda a pique da rentabilidade anual. O retorno anual caiu de 22,07% no final de 2014 para 3,78% no final de 2015, segundo o índice da Bloomberg (Bloomberg Global Benchmark Bond Indexes). Este nível de retorno é muito superior ao retorno médio anual do conjunto da dívida obrigacionista da zona euro que fechou em 1,7%.
Há que ter em conta que os atuais baixos níveis das yields das obrigações no mercado secundário e das taxas de remuneração pagas aos investidores nas emissões de dívida do Estado português no mercado primário devem-se ao programa de intervenção do BCE. Como o Banco de Portugal sublinhou recentemente, estimava-se, para a situação em outubro, que os juros da dívida a 2 e 10 anos estariam 2,5 pontos percentuais abaixo do que seria “normal”, se não houvesse a intervenção no mercado da dívida pelo banco chefiado por Mario Draghi.
Entre operações sindicadas e leilões, Portugal colocou em 2015 dívida obrigacionista a vencer em 2020, 2021, 2022, 2025, 2037 e 2045. No caso das seis operações com a nova linha de OT a 10 anos, a evolução da taxa média de remuneração dos investidores que compraram esta dívida é um bom exemplo das flutuações ao longo do ano deste prazo de referência: começou por 2,92% na sindicação a 13 de janeiro, passou por 2,51% a 11 de fevereiro, 2,04% – a mais baixa – a 25 de fevereiro, 2,18% a 29 de abril, 2,3975% a 14 de outubro e 2,494% a 25 de novembro.
Em termos comparativos com os restantes periféricos, Portugal ficou abaixo do desempenho da Grécia e de Itália na descida das yields das obrigações a 10 anos e do prémio de risco e no retorno anual da dívida obrigacionista. Mas ficou acima do desempenho da Irlanda e muito acima do de Espanha.

O melhor e o pior desempenho
O pior desempenho nos periféricos registou-se, de facto, com Espanha. As yields das obrigações espanholas a 10 anos subiram 17 pontos base, ao contrário da tendência de descida nos restantes periféricos. O custo de financiamento passou de 1,61% no final de 2014 para 1,78% no final de 2015. O prémio de risco da dívida espanhola subiu oito pontos base para fechar 2015 em 114,7 pontos base (o equivalente a cerca de 1,15 pontos percentuais acima do custo de financiamento da dívida alemã). O retorno anual da dívida obrigacionista espanhola foi o que mais caiu entre os periféricos, passando de 16,66% no final de 2014 para 1,57% no final de 2015, ficando abaixo do retorno médio para o conjunto da zona euro.
Apesar da crise aguda que a Grécia atravessou até ao verão, a sua dívida obrigacionista acabou por ter um bom desempenho no mercado secundário e em termos de retorno anual. As yields das obrigações gregas a 10 anos foram as que mais desceram nos periféricos no balanço do ano. Caíram mais de 1 ponto percentual entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015. O prémio de risco reduziu-se em 135 pontos base, o equivalente a 1,35 pontos percentuais, naquele período.
Os níveis de yields das obrigações gregas a 10 anos continuam, no entanto, muito elevados, tendo fechado 2015 em 8,35%, depois de uma trajetória atribulada em que chegaram a máximos do ano em mais de 19% a 8 de julho. A assinatura do terceiro resgate, a eliminação do risco de bancarrota em relação aos credores oficiais e a retirada da agenda do Eurogrupo do projeto de saída (alegadamente temporária) do euro (Grexit) produziram uma redução de mais de 11 pontos percentuais em menos de um semestre. Mesmo sem beneficiar do programa de compra de dívida pública pelo BCE, que excluiu a Grécia logo em março aquando do lançamento.
O retorno anual da dívida grega teve um disparo, subiu de 0,14% no final de 2014 para 21,06% no final de 2015, liderando a escala de rentabilidades anuais nos periféricos e mesmo em toda a zona euro.
A rentabilidade anual da dívida obrigacionista alemã caiu a pique de 10,31% no final de 2014 para 0,35% no final de 2015.

Juros negativos em 11 países do euro
Um outro traço marcante de 2015 foi a maré de yields negativas na dívida de curto prazo e obrigacionista emitida por membros da zona euro. O que significa que os investidores pagam aos emitentes para poderem deter em carteira este tipo de dívida em vez de serem remunerados positivamente.
Nesta última sessão do ano são 11 os países do euro que registam yields negativas em dívida no mercado secundário. Alemanha, Áustria e Holanda registam uma amplitude de prazos maior, incluindo dívida a 5 anos com yields negativas. A Bélgica, Finlândia e França apresentam remunerações negativas até 4 anos inclusive. No caso da Irlanda estendem-se de 1 a 3 anos; para a Eslováquia, a 2 anos; para Itália e Espanha até 12 meses inclusive. No caso de Portugal, apenas no prazo a 6 meses.
Fora da zona da moeda única, a Suíça lidera à escala mundial com yields negativas até ao prazo de 10 anos inclusive. A dívida sueca até 2 anos inclusive e a dívida dinamarquesa até 3 anos inclusive também registam yields negativas.
Na Europa consolidaram-se duas situações excecionais. Por um lado, os investidores “pagam” para deter dívida em certos prazos, que, no caso da Suíça, se estende até ao longo prazo (10 anos). Por outro lado, os bancos centrais fixaram taxas negativas de remuneração de depósitos dos bancos comerciais nos seus cofres. O Banco Central Europeu “cobra” 0,3%; os bancos centrais da Suíça e da Dinamarca “cobram” 0,75%; e o banco central da Suécia fixou o recorde de “cobrar” 1,12%.(c)2015


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